As verdades inconvenientes que a campanha "Agro Pop" tenta esconder (Brasil)
Autor: Rafael Rioja Arantes
Desde meados de 2016 a Globo passou a exibir no horário nobre de sua programação e com múltiplas entradas a campanha "Agro é Pop, Agro é Tech, Agro é tudo". Concebida pela gerência de Marketing e Comunicação da própria emissora, os vídeos de 1 minuto continuarão a ser "martelados" nos intervalos das novelas, jornais e programas até junho de 2018.
Segundo os criadores, a campanha têm entre outros objetivos:
As commodities ambientais e a métrica do carbono
Autora: Amyra El Khalili [1]*
De acordo com o Ministério da Agricultura, em 2013 o agronegócio brasileiro atingiu a cifra recorde de 99,9 bilhões de dólares em exportações. Soja, milho, cana ou carne ganham os mercados externos na forma de commodities: padronizadas, certificadas e atendendo a determinados critérios e valores regulados internacionalmente.
Dedo na ferida
A imprensa noticiou uma forte reação de setores do agronegócio contra o enredo sobre os povos do Xingu que a Imperatriz Leopoldinense vai apresentar no carnaval 2017. Um ponto em especial provocou a ira dos ruralistas: a descrição dos indígenas como defensores do meio ambiente em oposição a fazendeiros, ao uso de agrotóxicos e aos efeitos devastadores ao meio ambiente causados por Belo Monte. Além de notas de repúdio, foi prometida uma CPI para apurar o financiamento da escola.
Por que a reforma agrária continua importante
Gustavo Noronha - Economista do Incra
Estudo da Oxfam aponta o aumento da concentração de terras no Brasil, que nunca levou a cabo uma distribuição efetiva das áreas rurais
O enredo da imperatriz Leopoldinense e o agronoegócio sem confetes
Clóvis Borges – diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS)
Causa estranheza a reação de representantes do agronegócio, que recebem um samba-enredo sobre agressões contra a natureza como fosse uma agressão a todos os produtores rurais
“Direito de posse das terras indígenas é anterior ao direito de propriedade de qualquer latifundiário do agronegócio”. Carta a Gilmar Mendes
“Caro Gilmar, o direito de posse das terras indígenas brasileiras é anterior ao direito de propriedade de qualquer latifundiário do agronegócio. Semelhantemente, as terras reivindicadas pelos quilombolas devem ser respeitadas por uma questão de justiça, já que se trata de populações trazidas para o país à força pelos Governos dos latifundiários. O capitulo da Reforma Agrária, da demarcação das terras indígenas e quilombolas nunca vai se encerrar, enquanto houver latifúndio e agronegócio.
A autodemarcação da Terra Indígena Tupinambá no Baixo Tapajós
Para os Tupinambá, a luta em defesa do território é por todos. Se a mata for derrubada, os efeitos negativos atingirão a todos os moradores, e não distinguirão indígenas de não-indígenas
Por Fábio Zuker, no Nexo