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A diversidade tem sido tratada por várias áreas do conhecimento. Cabe à antropologia oferecer perspetivas descentradas sobre a sua existência histórica. Neste artigo mobilizo conhecimento etnográfico de contextos que conheço por experiência de trabalho de campo – indígenas na mata atlântica do sul da Bahia e os fataluku da região sociocultural do sudeste asiático (Timor-Leste) – para reforçar historicidades de vivência da paisagem que resultam em biodiversidade. Mostro a relevância de relacionalidades para a emergência dessa biodiversidade, em consonância com os estudos sobre florestas antropogénicas. Com essa perspetiva, enveredo por uma reflexão crítica sobre o território de eucaliptais em Portugal, mostrando a inviabilidade da monocultura de árvores – a reprodução do similar no solo - como floresta. Reequaciono assim os debates públicos sobre floresta (e incêndios rurais), argumentando que ressurgências de biodiversidade não brotam dessa simplificação ecológica.