Organizações da sociedade civil de Moçambique, Brasil e Japão reiteram oposição ao ProSavana | Land Portal

Autor:LUSA

Fonte:https://www.dn.pt/lusa/interior/organizacoes-da-sociedade-civil-de-mocam...

 

Organizações da sociedade civil de Moçambique, Brasil e Japão estão reunidas desde hoje em Maputo para reiterar a rejeição ao ProSavana, programa agrário dos governos dos três países, considerando que a iniciativa vai usurpar terras a milhões de camponeses.

Em declarações à comunicação social, à margem da III Conferência Triangular dos Povos de Moçambique, Brasil e Japão, Vanessa Cabanelas, coordenadora para a Terra, Ecossistemas e Meios de Subsistência da ONG moçambicana Justiça Ambiental, afirmou que os três governos têm ignorado apelos para repensarem o programa.

"A sociedade civil tem vindo a protestar contra este programa, pela forma como foi introduzido, pelo que se pretende e pelo modelo de desenvolvimento", declarou Vanessa Cabanelas.

O ProSavana, continuou, vai resultar na usurpação de terra dos camponeses e na fome, pois vai assentar no agronegócio e será um sistema de monoculturas em largas extensões de terra.

"Não é para produzir comida para Moçambique, não vai assegurar a soberania alimentar de Moçambique", mas serve sim "para a exportação de produtos, como soja", afirmou Vanessa Cabanelas.

A coordenadora para a Terra, Ecossistemas e Meios de Subsistência da Justiça Ambiental sublinhou que o ProSavana vai afetar a vida de cerca de 4,5 milhões de pessoas que vivem ao longo do Corredor de Nacala, que cobre províncias das regiões centro e norte de Moçambique.

Por seu turno, Sheila Rafique, coordenadora de projetos da ONG moçambicana Livaningo, considerou o ProSavana um programa importado do Brasil e do Japão, que vai degradar os solos do Corredor de Nacala e provocar a insegurança alimentar.

"Dizemos não, porque é um programa importado e não é construído com os camponeses, requer largas extensões de terra, poderá contaminar o meio ambiente, vai causar insegurança e vai retirar alimentos e produzir 'commodities'", frisou Sheila Rafique.

Comentando as preocupações das organizações da sociedade civil, o coordenador do ProSavana no Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar de Moçambique, António Limbau, afirmou ser um equívoco tirar conclusões sobre a iniciativa, porque o plano diretor do mesmo ainda não foi elaborado.

"A terceira fase do ProSavana é a elaboração do plano diretor, que não existe, consequentemente, não é possível dizer que haverá usurpação de terras, porque estamos na fase de elaboração do plano director", disse António Limbau.

Limbau considerou normais os receios e as expetativas à volta do ProSavana, insistindo na ideia de que as dúvidas sobre a iniciativa serão esclarecidas no plano diretor.

  •  

Copyright © Source (mentioned above). All rights reserved. The Land Portal distributes materials without the copyright owner’s permission based on the “fair use” doctrine of copyright, meaning that we post news articles for non-commercial, informative purposes. If you are the owner of the article or report and would like it to be removed, please contact us at hello@landportal.info and we will remove the posting immediately.

Various news items related to land governance are posted on the Land Portal every day by the Land Portal users, from various sources, such as news organizations and other institutions and individuals, representing a diversity of positions on every topic. The copyright lies with the source of the article; the Land Portal Foundation does not have the legal right to edit or correct the article, nor does the Foundation endorse its content. To make corrections or ask for permission to republish or other authorized use of this material, please contact the copyright holder.

Share this page