Camponeses da Huíla manifestaram-se terça-feira preocupados pelo facto de, até ao momento, as autoridades de direito na província não terem afixado os preços reais por cada unidade do milho e feijão produzidos na campanha agrícola 2006-2017.
A insatisfação foi manifestada ao governador provincial, João Marcelino Tyipinge , durante um encontro com os camponeses, que garantiu que as autoridades vão definir o preço mínimo de cada quilograma, que corresponde a um quilo de milho, a 50,00 kwanzas.
João Marcelino Tyipinge e disse ser do conhecimento de todos que país viveu uma situação crítica, derivada pela baixa do preço do petróleo no mercado internacional, o que motivou a existência de pouco dinheiro. Com base nisso, João Marcelino Tyipinge informou que o Executivo, por Decreto Presidencial, aprovou os programas que visam dar solução aos problemas, com o aumento da actividade da agricultura, pecuária e agro-indústria.
João Marcelino Tyipinge sublinhou que no quadro do programa de diversificação da economia, as autoridades apostam na produção nacional, no sentido de se produzir mais e melhor para que se possa exportar e trazer dinheiro para o país. “Temos ouro no município de Chipindo, que é muito famoso, e na Jamba existe ferro e também ouro, e estes recursos bem explorados e exportados podem render valor para o país”.
O governador provincial disse ser fundamental produzir mais para colher quantidades suficientes de milho, feijão, batata-doce e rena para alimentar a população e obter excedentes e poder comercializar com as demais províncias. João Marcelino Tyipinge indicou que os municípios de Chipindo, Chicomba, Caconda, Caluquembe, Matala e Quipungo são considerados como celeiro na produção de bens alimentares.
“A população local é trabalhadora e após o período de guerra continua determinada na produção de bens alimentares, não só para o município, mas também para a província e do país em geral”.
Apesar da dedicação da população, João Marcelino Tyipinge disse que muitas vezes, no fim da produção e colheita, os resultado fica muito aquém das expectativas , porque paga-se muito mal o valor do milho.
Nesta perspectiva, João Marcelino Tyipinge garantiu que o Governo da Huíla vai trabalhar junto das instâncias competentes para que o preço mínimo do quilograma de milho seja fixada em 50 kwanzas, ao contrário de 20 ou 30.
“Vamos lavrar um despacho para determinar o preço destes produtos. Ninguém deve vir e ditar o preço do milho ou feijão. Quem tem que ditar o preço é o produtor. O entendimento deve ser uníssono”, disse o governador provincial.
Para regular o preço do milho e feijão foi constituída uma equipa multissectorial, que integra as direcções provinciais da Agricultura, Comércio e Associações de camponeses.
António Kambinja disse, em nome dos produtores do município de Chipindo, que os camponeses queixam-se pela desvalorização do preço do milho e feijão, pelos comerciantes da cidade do Lubango e das províncias do Huambo, Bié e Benguela, e informou que estes muitas vezes definem o preço de 30,00 kwanzas para o milho e 200,00 kwanzas para o feijão.
“Pedimos às autoridades para definirem o preço real, por forma a valorizar a actividade e esforço empreendido pelos camponeses que produzem o milho, feijão, massango e massambala.”
O administrador municipal de Chipindo, Daniel Salupassa, disse que um número considerável de camponeses associados em cooperativas está em fase de reestruturação para garantir mais credibilidade à sua actividade e aumentar os níveis de produção.